“Eis que eu moro em casa de cedro, e a arca de Deus mora dentro de tendas” (2 Samuel 7.2). Diante dessa constatação, o rei Davi teve um desejo: construir uma casa para Deus. Desde a saída do povo de Israel do Egito, Deus instruiu que o Tabernáculo fosse construído para que Sua presença estivesse sempre no meio do Seu povo. Nunca ninguém tinha pensado em construir um Templo para Deus nem Ele pediu que isso fosse feito a quem quer que seja.

Por isso, o desejo de construir um Templo foi tão apreciado por Deus que Ele não só aceitou o presente como garantiu que não faltaria um sucessor de Davi no trono.

Contudo, por ser um homem de guerra, Davi não construiria o Templo, mas seu filho e sucessor. Então, sabendo da pouca idade e da inexperiência do filho, Davi fez questão de deixar tudo preparado para a nobre construção. Além de todos os recursos destinados a isso, o rei doou o seu tesouro particular para a obra da Casa de Deus e convocou o povo a ofertar.

A idealização do projeto e o preparo do rei Davi foram abordados na sétima e na oitava temporada da série Reis, exibida pela Record TV e pelo Univer Vídeo. Agora, em A Sucessão, nona temporada da série, os telespectadores acompanharão a construção e a conclusão do Templo. Salomão (interpretado por Guilherme Dellorto) recebeu de Davi (Petrônio Gontijo) a grandiosa missão de construir uma casa para Deus.

Em entrevista à Folha Universal, a autora da série, Cristiane Cardoso, conta que, além da construção, coube a Salomão cuidar dos detalhes do Templo: “a decoração, as colunas, os tamanhos, enfim, Salomão ficou com todo o acabamento. Davi tinha determinado o quão grandioso o Templo seria e seu filho se encarregou dos detalhes para que essa grandiosidade pudesse ser vista em tudo, desde o chão até o teto”.

Apesar de ter assumido o trono aos 20 anos, Salomão deu início à construção do Templo só no quarto ano do seu reinado, ou seja, aos 24 anos. A obra levou sete anos para ser concluída, o que revela um tempo recorde, considerando que na época não havia toda a tecnologia de construção que temos hoje. E isso ocorreu graças à dedicação do rei e do povo em preparar a Casa para Deus. “Muitas pessoas se voluntariaram a trabalhar para a construção do Templo. Outras, a cada três meses, deixavam seus trabalhos para se dedicarem às obras. Então toda construção foi feita com bastante mão de obra, afinal, o povo queria ter uma Casa para adorar ao Senhor. Deus também já tinha dado a Salomão toda a sabedoria que ele precisava para que a construção fosse feita de forma santa e eficaz”, explica a autora.

Outro detalhe importante que Cristiane destaca é o fato de Salomão ter feito mais do que era esperado dele no tocante a essa construção: “Salomão não fez só o que o seu pai idealizou, mas buscou fazer mais e dar mais para Deus. Ele não economizou recursos para construir a Casa do seu Deus. Por mais que ele tenha feito uma casa para si, ela não foi tão gloriosa como a que fez para o Senhor. O seu intuito era realmente santificar a Deus, até durante a construção, já que não se podia nem fazer barulho para quebrar as pedras. Isso tinha que ser feito antes que as pedras chegassem ao local para não fazer daquele santo lugar um lugar qualquer. Isso mostra o seu temor e a sua consideração por Deus”.

Glória, queda e redenção
No entanto, cerca de 20 anos depois da construção do Templo, a Bíblia mostra que Salomão começou a se corromper. “A Bíblia fala que ele se corrompeu na velhice, ou seja, nos últimos anos de seu reinado. Salomão reinou por 40 anos e, se ele se tornou rei aos 20, ele tinha 60 quando morreu. Portanto, entre os 50 e 60 anos, naquela idade que muitos homens sentem necessidade de voltar a ser jovens, Salomão quis conhecer tudo, com certeza com a influência de suas esposas estrangeiras e seus ídolos, que trouxeram novas culturas e práticas para Israel”, diz.

Porém, antes da queda de Salomão, Cristiane conta que houve um fator bem peculiar citado na Bíblia, que pode ter sido o estopim da derrocada espiritual do rei: a visita da rainha de Sabá, que veio de muito longe para ver quão sábio e rico era Salomão. “A visita dela glorificou a Deus, mas também a Salomão, que pode ter se deixado levar pela vaidade de tamanho privilégio naqueles tempos”, revela.

A vida de Salomão mostra uma grande contradição: um homem que teve muita sabedoria e cuidado com os detalhes na construção do Templo, mas que não teve a mesma atenção com a própria vida, o que é um alerta para todos os telespectadores. Cristiane comenta “que a sabedoria não é tudo, mas, sim, o temor a Deus. Você pode saber muito, pregar bem, mas se não vive o que sabe e prega, tudo será em vão. Eu imagino que, por um tempo, ele viveu o que pregava, mas depois ficou só com o conhecimento e achando que, por saber tanto, não precisava praticar tanto”.

A série Reis é exibida de segunda a sexta-feira pela Record TV e pode ser revista a qualquer momento pela plataforma Univer Vídeo.